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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Companhias abertas dos EUA rejeitam rodízio de auditorias

 
 
As autoridades de supervisão das empresas de auditorias dos Estados Unidos abriram o debate sobre a implementação do rodízio obrigatório de auditorias, mas enfrentam uma severa resistência das maiores companhias de capital aberto locais. Segundo pesquisa da BDO Internacional, 68% dos membros de conselhos de administração das S/A´s são contrários à medida, que já existe no Brasil desde 1999.
 
A pesquisa envolveu representantes de 72 grandes empresas com receita bruta anual de US$ 250 milhões a US$ 750 milhões. Do total de entrevistados que rejeitam o rodízio, 78% também se opõem à obrigatoriedade de concorrência para a contratação de uma auditoria externa. “Para esses conselheiros, a análise dos demonstrativos financeiros é comprometida pela constante mudança de auditorias, que não se mostram familiarizadas com a realidade de cada corporação”, avalia Raul Corrêa da Silva, presidente da BDO Brazil. 
 
Já entre os favoráveis ao rodízio nos Estados Unidos, 55% sugerem a troca de auditor depois de cinco anos, 36% depois de sete e 5% após uma década. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários manteve o rodízio a cada cinco anos até o ano passado, quando implementou uma nova instrução que elevou o prazo para dez anos. 
 

Pequena empresa ganha acesso ao mercado de ações



A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) encontrou uma forma de facilitar a captação de recursos por empresas de pequeno e médio portes com a emissão de ações, sem alterar a legislação ou a regulamentação. A autarquia deve anunciar hoje que decidiu dispensar essas companhias da obrigação de oferta pública, desde que atendam a alguns requisitos.

Na prática, as empresas poderão vender seus papéis na bolsa por meio de um simples leilão. Deixa de ser necessária a confecção de prospecto, bem como a realização de apresentações nacionais e internacionais a investidores, e também algumas publicações legais pertinentes às ofertas públicas. Essas dispensas poderão ser usadas por companhias que tenham receita bruta anual de até R$ 300 milhões ou ativo total inferior a R$ 240 milhões.

O benefício só será válido para operações inferiores a R$ 150 milhões e a colocação será destinada apenas a investidores qualificados. Os pequenos investidores só poderão negociar com essas ações 18 meses após a distribuição. Também será obrigatório que a empresa já seja companhia aberta listada em algum dos segmentos diferenciados de governança corporativa.

Luciana Pires Dias, diretora da CVM, disse ao Valor que essa não é a única frente de estudo para estimular o acesso ao mercado por empresas de menor porte. Ela lembrou que a autarquia integra um grupo de trabalho, em conjunto com a BM&FBovespa e diversas outras entidades. "Quem sabe essa é uma parte da solução que o próprio mercado nos trouxe", disse.

A CVM tomou a decisão de conceder algumas dispensas a empresas de pequeno e médio portes após consulta feita pela corretora XP Investimentos, junto com o escritório de advocacia Mattos Filho, Vega Filho, Marrey Jr. e Quiroga.

Paulo Gouvêa, executivo da XP que participou desse debate, acredita que a iniciativa abrirá oportunidade de mais empresas se financiarem com ações, por meio de captações menores. "Esse é o feijão com arroz de todos os outros mercados no mundo. Só aqui é que temos exclusivamente grandes operações". A BM&FBovespa é 9ª colocada em valor de mercado, em termos globais, mas a 26ª em número de companhias listadas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Empresas já valem menos na Bolsa que o patrimônio

Incerteza regulatória afeta ações de elétricas



Investidores acham que 3 em cada 10 empresas elétricas negociadas em Bolsa valem menos do que o declarado em seus balanços.
Dados da consultoria Economática mostram que 10 entre 31 companhias do setor têm valor de mercado (que é determinado pelo preço de negociação de suas ações) inferior ao patrimonial.
O caso mais extremo é o da Eletrobras, que era cotada ontem por pouco mais de 10% do valor patrimonial (que é a medida de quanto vale uma empresa, considerando a soma de seus ativos e descontando suas dívidas).
O valor de mercado da estatal e de outras elétricas (como Ceb e Ceee-GT) já era inferior ao patrimonial, mas essa relação tem piorado.
Elétricas que apresentavam valor de mercado superior ao patrimonial, como Cesp e Eletropaulo, também sofreram forte deterioração nas últimas semanas.
"O modelo regulatório do setor ficou menos previsível", diz Frederico Sampaio, chefe de renda variável da Franklin Templeton.
"Sem previsibilidade, os investidores fogem do setor", diz José Luis Carvalho, sócio de energia da KPMG.
Segundo Sampaio, o valor de mercado inferior ao patrimonial indica que o investidor espera que o retorno da empresa será inferior ao seu custo de financiamento.
 

 Fonte: Folha de S.Paulo 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Câmara aprova projeto que exige detalhamento de impostos em nota fisca



O Plenário aprovou nesta terça-feira (13) o Projeto de Lei 1472/07, do Senado, que obriga os comerciantes a colocarem nas notas fiscais o valor dos tributos incidentes sobre os produtos e serviços vendidos. O objetivo é detalhar para o consumidor a participação dos impostos na composição do preço das mercadorias, regulamentando determinação constitucional. O projeto será enviado à sanção presidencial.

O texto original foi apresentado no Senado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mas decorre de uma iniciativa popular com 1,56 milhão de assinaturas coletadas pela campanha nacional De Olho no Imposto, que reuniu profissionais de todos os setores e foi conduzida pela Associação Comercial de São Paulo.

O deputado Guilherme Campos (PSD-SP), que foi relator do projeto pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, disse que a medida mudará a relação do consumidor com o imposto no País. "Está despertando, na população, o sentimento de pagador de imposto. Saber que, em cada transação, por mais cotidiana que seja, está pagando imposto: na hora que vai ao supermercado, posto de gasolina, que vai fazer sua refeição, está pagando, e muito, imposto."

A identificação do total de tributos que está sendo pago será feita na nota fiscal. O descumprimento dessa regra sujeitará o estabelecimento comercial às sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), como multa, suspensão da atividade e cassação da licença de funcionamento. A informação também poderá constar de painel afixado em local visível para cada mercadoria ou serviço.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Secretaria da Micro e Pequena Empresa é aprovada na Câmara



A Câmara dos Deputados aprovou ontem, 7, o projeto de lei nº 865/2011 que cria a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa, que terá status de ministério. A proposta, de autoria do Palácio do Planalto, recebeu 300 votos a favor e 45 contra e 1 abstenção. O texto segue agora para análise do Senado.

De acordo com projeto, o novo órgão irá coordenar as políticas e formular os programas para as micro e pequenas empresas. A secretaria terá o papel, entre outros, de auxiliar na formulação, coordenação e articulação de políticas e diretrizes para o apoio à empresa de pequeno porte e artesanato, ao cooperativismo e associativismo urbanos e ao fortalecimento, expansão e formalização das micro e pequenas empresas.

Serão transferidas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para a nova secretaria as competências referentes a microempresa, empresa de pequeno porte e artesanato. Do Ministério do Trabalho sairão para o novo órgão as competências referentes ao cooperativismo e associativismo urbanos.

Bandeira da Fenacon – nos últimos tempos essa foi uma das grandes defesas do Sistema Fenacon, por entender a grande importância do segmento para a economia do país. “Acredito que a criação dessa secretaria será essencial para termos políticas públicas voltadas especificamente para as micro e pequenas empresas. A nossa expectativa agora é que o texto seja aprovado o quanto antes no Senado Federal”, afirmou o presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon.

Fonte: Fenacon Notícias

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

BDO descobre no pré-sal novo campo para área de auditoria



A BDO Brazil, empresa de auditoria, contabilidade e consultoria sediada em São Paulo, já decidiu quais serão seus grandes focos de atuação em 2013: companhias do setor de agronegócio (em especial em praças onde estas pertençam ao universo do middle market, o das pequenas e médias empresas, as PMEs); consolidação de seu posto como 5ª maior empresa do País em seu ramo de negócios; e, principalmente, a penetração no mais que promissor setor de óleo e gás. "A extração do petróleo do pré-sal gerará uma demanda expressiva por auditoria e consultoria, em especial nas cidades litorâneas do sudeste, onde todo o trabalho para tanto ficará concentrado", observa Raul Corrêa da Silva, presidente da BDO Brazil.

Em entrevista ao DCI, ele revelou números da empresa: "Neste ano teremos um faturamento de R$ 71 milhões. Em 2013 o objetivo é que este valor passe de R$ 85 milhões, e em 2014 queremos que nosso faturamento atinja a marca histórica de R$ 100 milhões". E como se divide a origem dos ganhos da empresa? "Entre 9% e 10% de nosso rendimento anual vem de serviços de contabilidade. Consultoria gera 20% do faturamento, e os restantes 70% vêm de atividades de auditoria e impostos." A BDO acaba de vencer o Prêmio DCI às Empresas Mais Admiradas na categoria Auditoria, Consultoria & Contabilidade.

Big 5

Tanto no ranking internacional quanto no nacional das maiores firmas de auditoria e consultoria, a BDO figura na 5ª posição. As 4 primeiras colocadas - também em ambos os rankings - são, em ordem decrescente: PriceWaterhouseCoopers (PwC), Deloitte, Ernst & Young e KPMG. O diferencial da BDO Brazil em relação a tais concorrentes, frisa Corrêa da Silva, é o foco nas PMEs. "Temos em nosso DNA o atendimento ao middle market. As companhias desse tipo geralmente são tocadas pelo proprietário, o que contribui muito para otimizar os resultados de nosso trabalho de consultoria. Por exemplo, damos conselhos olhando no olho do dono da empresa, e eles são implementados e geram resultados muito mais rapidamente por este motivo."

A propósito, não é apenas no código genético da BDO que está o atendimento às PMEs; seu presidente, Corrêa da Silva, também construiu sua história de consultor focado em tais organizações. "Comecei minha carreira na Arthur Andersen em 1976, e já em um departamento chamado Small Business", conta o profissional. De lá para cá ele passou - e liderou - por outras companhias do setor, sempre focado no atendimento às PMEs.

Meritocracia

Isto não significa, porém, que grandes empresas não sejam também atendidas pela BDO. Várias das clientes da consultoria, aliás, têm ações negociadas em bolsa - algo típico de corporações de maior porte. "Em março de 2011 tínhamos 3 companhias de capital aberto como clientes; hoje temos 45", comemora Corrêa da Silva. Ele acrescenta que seu objetivo é fechar 2013 atendendo a 60 empresas de capital aberto. Valisere, Marfrig, Tectoy, Credit Suisse e Laselva são algumas das empresas que, no Brasil, usam os serviços da BDO.

Além das players do setor de óleo e gás, a BDO quer em 2013 aumentar seu portfólio de clientes das áreas de construção civil, varejo e finanças. A consultoria fechará o ano com 13 escritórios em todo o Brasil e, em 2013, abrirá mais 3: Salvador, Cuiabá e Belém. Hoje cerca de 1.100 clientes são atendidos por quase 650 colaboradores. O sistema interno da consultoria é fortemente meritocrático, garante Corrêa da Silva. "Quem entra como trainee na BDO já chega sabendo que tem grandes chances de se tornar sócio. É assim que mantemos nossos talentos." O executivo frisa que 13% do tempo de trabalho na companhia é gasto com treinamento de pessoal.

Contra o rodízio
Uma das questões que vêm polarizando o debate no setor nacional de auditorias é a obrigatoriedade do rodízio de firmas, imposta ao mercado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A medida tem por objetivo evitar que haja um excesso de familiaridade entre a empresa auditora e a companhia auditada. A este respeito, a BDO tem uma posição clara: "Somos contrários ao rodízio obrigatório", adianta Corrêa da Silva. "Hoje já existem meios de evitar o excesso de intimidade entre auditor e auditado sem este mecanismo, que é anticoncorrencial. Basta trocar periodicamente, dentro de uma mesma auditoria, o quadro de funcionários que fiscalizam cada empresa."

Polêmicas à parte, ele diz estar orgulhoso com a vitória conquistada pela empresa que dirige no Prêmio DCI deste ano. "Este reconhecimento, que surgiu de nossos clientes e de nossos pares no mercado, nos enche de felicidade. Este prêmio vem de um trabalho sério e duro que desenvolvemos, e o recebemos com muita alegria", finaliza Corrêa da Silva.
 
Fonte: DCI – SP