A PricewaterhouseCoopers foi a primeira firma de auditoria a
ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão em receita bruta anual no Brasil,
mostram os números do exercício fiscal de 2012 da empresa divulgados
ontem. Em 12 meses, a alta foi de 22,2% no indicador. A companhia é a
única das chamadas "Big Four", as quatro maiores do setor no mundo, que
não revela números exatos para a linha do balanço no país.
Enquanto a Ernst & Young Terco teve faturamento de R$ 902 milhões
no mesmo período, subindo 24%, a expansão da Deloitte foi de 12%,
atingindo R$ 932 milhões. A única que ainda não apresentou seus números
ao mercado foi a KPMG.
A PwC, porém, reclama que uma prática regulatória por aqui pode ameaçar
sua operação e a do setor: o rodízio mandatório de auditoria. A
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) obriga que as companhias de
capital aberto mudem as firmas contratadas a cada cinco anos. Para
Alves, isto reduz a possibilidade de manobras para aumentar honorários e
compromete a sustentabilidade do negócio. "Vemos isso como um problema,
porque você precisa investir treinando pessoas, mas tem que diminuir
seu rendimento para conseguir conquistar clientes", reclamou Fernando
Alves, sócio-presidente da PwC, em entrevista ao Valor.
Se por um lado a auditoria, segundo Alves, cresceu menos no ano fiscal
do que poderia por conta do rodízio, os segmentos de consultoria em
gestão e em tributos e questões societárias tiveram um desempenho em
linha com o esperado. "Com isso, aumentamos o faturamento, o número de
clientes e de profissionais", afirmou o executivo. No período, os
investimentos no Brasil giraram em torno dos R$ 80 milhões.
De junho de 2011 a junho deste ano, os setores que mais contribuíram
para a receita da PwC foram os de energia, de telecomunicações e de
varejo. "Se a economia brasileira não é tão afetada pela crise, estamos
bem posicionados em áreas que crescem acima da média", lembrou Alves.
No entanto, é o segmento da firma que cuida de pequenas e médias
empresas que tem respondido pela maior parte dos ganhos no balanço. De
acordo com o sócio-presidente, elas estão melhorando suas práticas
contábeis e de governança e muitas podem aproveitar o melhor momento do
mercado em 2013 para abrir seu capital.
Considerando o mundo como um todo, o período de 12 meses findo em junho
deste ano trouxe também crescimento na receita bruta da consultoria. A
alta chegou a 7,8%, alcançando US$ 31,51 bilhões. As regiões que mais se
expandiram no resultado foram a América do Norte e o Caribe (13,2%),
além da Ásia (8,8%).
Entre os campos de atuação, os processos de auditoria continuam sendo o
principal negócio. O faturamento foi de US$ 14,86 bilhões no segmento,
subindo 3,3%. A consultoria, entretanto, cresceu 16,7%, chegando a US$
8,7 bilhões, e a área de tributação respondeu por US$ 7,94 bilhões, alta
de 7,8%.
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Fonte: Valor Econômico |
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
PwC bate recorde no Brasil e critica rodízio
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